domingo, 27 de junho de 2010

À ESPERA DO OUTRO

É interessante como, nós seres humanos, estamos sempre à espera do outro. Pensamos que se o outro fosse diferente, então agiríamos diferente também.
Sentamos em nosso sofá de autopiedade, sentimo-nos sós e aguardamos que o outro nos dê um abraço, um ombro amigo, um telefonema, que nos faça uma visita ou pelo menos nos dê um pequeno sorriso. Sonhamos com o dia em que, de um modo extraordinário, Deus toque no coração do outro, realize um milagre para que ele faça por nós o que tanto esperamos. Outras vezes, estamos à espera que o outro tome determinadas atitudes para que nós façamos o que deveria ser feito. Lembra-se da história de quando entrou o pecado na humanidade? Alguém disse: "Senhor, a mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi", a mulher responde: "A serpente me enganou, e comi".
Erramos porque o outro erra. Justificamos o nosso erro nas falhas e dificuldades dos outros. Então, nosso sofá da autopiedade está com o assento cada vez mais fundo, pois não nos movemos, não caminhamos, apenas remoemos nossas armaguras e desilusões.
Porém Deus nos dá o exemplo de como sair deste sofá e viver novas aventuras: "Nisto está o amor, não em que nó tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados." (IJoão 4:10). Ele, apesar de nossas falhas, omissão, rebeldia, dúvidas, de não buscarmos a sua presença todos os dias, de sermos egoístas e infantis querendo só receber, decide nos amar de forma incondicional. Ele estende a mão e nos atrai para si.
Jesus quando passa por uma árvore e vê Zaqueu, deixa a multidão e diz "hoje vou lá na sua casa jantar". Ele não espera o outro convidar, está disposto a ir ao encontro dele. Quando encontra a mulher samaritana à beira do poço, começa a conversa, abre o diálogo. Para a mulher adúltera oferece gratuitamente o perdão e uma nova caminhada.
Talvez você me diga, não sou igual a Cristo, sou imperfeito e incapaz de amar assim. Engano seu! Continuando o texto de I João, lemos "Amados, se Deus assim nos amou, também devemos amar uns aos outros". Se Deus nos dá uma ordem é porque Ele nos capacitará para cumprí-la.
Na prática talvez isso implique em darmos o primeiro telefonema depois de tanto tempo sem falar com alguém. De dar um abraço apertado em alguém que vive debaixo do mesmo teto, mas que a tanto tempo não recebe um toque físico. Significa quebrar o silêncio, falar aquilo que tem de ser dito, palavras de amor, de valorização, de respeito. Quem sabe, parar um pouco sua correria com a vida e, como Jesus, dizer que hoje vou lá na sua casa, as vezes em nossa casa. Vou bater papo. O outro não precisa estar doente, ou com outros problemas, para visitá-lo, para conversarmos. Sabe aquela conversa, sem motivo, só para estar junto? Você também poderia convidar seu companheiro para um passeio, uma caminhada a dois de mãos dadas.
Estamos sempre esperando que a situação melhore, que a gente tenha dinheiro, tempo, saúde, disposição para sairmos do sofá e irmos até o outro.
Mas Deus não faz assim. Jesus deixou toda sua glória, sua vida, sua majestade, para se aproximar de mim e de você. Ele pagou um preço alto. Que grande amor Ele nos deu quando ainda estávamos mortos e perdidos em nossos erros e dificuldades (Efésios 2.1)!
Quero te provocar neste instante. Pare de ler este texto (também já esta acabando!!!!), saia do sofá, mesmo que não seja o da autopiedade, e procure alguém de sua casa para abraçar. Liga para alguém e diga o quanto esta pessoa é importante em sua caminhada. Visite alguém. Mande uma palavra de ânimo e alegria. Ame como Deus te ama.


Vá ao encontro daquele que está a sua espera.




Um comentário:

  1. Lídia , preciso te ligar.....e fazer mais um monte de coisas que acabam ficando pra depois , mas que são muito importantes. Saudades!! Bj Lívia

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