quarta-feira, 28 de julho de 2010

DESISTIR







Fico impressionada como as pessoas desistem fácil! Começam um curso e na primeira dificuldade desistem. No meu caso começo a caminhar e no primeiro dia frio desisto! Mas o que me surpreende mesmo é a capacidade do ser humano de desistir de suas relações.



Estes dias vi uma reportagem sobre uma pesquisa do IBGE sobre casamento no período de 1997 a 2008, ocorreu um aumento de 220% no casamentos de mulheres com mais de 40 anos. Como já casei faz tempo, acredito que é um alto índice.



Mas também tenho visto uma desistência da vida a dois. As dificuldades vêm para todos. Claro, somos imperfeitos, diferentes, com dificuldades, traumas e egoísmo. Mas ao invés de aceitarmos o desafio e lutarmos por uma convivência de qualidade, optamos desistir. É mais fácil. Agora então com a nova legislação, em alguns casos é só dar uma “passadinha” no cartório e sair solteiro/a novamente.



É mais cômodo desistir do que lutar! Lutar custa caro, custa tempo, disposição, abdicação. Aliás, esta palavra está mais fora de moda do que calça boca de sino... Abdicar? Não, o momento é da felicidade momentânea, de troca de relacionamento como troca de carro. É melhor comprar um carro novo do que ficar consertando o velho. Assim transferimos nosso consumismo para nossas relações. Deixamos de amar, de proteger, de cuidar, quando a relação está dando alguns defeitos. Quem sabe novas relações possibilitem um conforto melhor?



Desistimos daquilo que prometemos diante de Deus e testemunhas. Quem sabe estávamos enganados? Ou Deus se enganou e agora quer consertar me dando uma nova oportunidade? Justificamos nosso fracasso, nossa incapacidade de persistir, de lutar, de mudar...



Mas Deus não desiste de nós, Aleluia! Ele está sempre pronto para nos abraçar, nos amparar, nos socorrer. Ele é o oleiro que não joga o vaso fora quando se quebra. Ele amassa novamente a argila e retorna seu projeto inicial.



E você? Tem jogado fora o vaso quando se quebra? Saiba que este é o caminho mais fácil, mas tenha certeza que novos vasos se quebrarão, e você não aprendeu a restaurar o vaso quebrado.




segunda-feira, 5 de julho de 2010

PARTILHAR OU COMPARTILHAR?






Nesta semana quero conversar sobre partilhar e compartilhar. Não pretendo fazer um estudo etimológico das palavras, principalmente, porque não sou estudiosa desta área. Quero refletir sobre nossa caminhada a dois: estamos partilhando ou compartilhando?



Como partilhar vamos usar o significado que o dicionário apresenta como ato de dividir em partes ou porções. Está em moda este verbo. Até um filme foi feito com o nome “A partilha”. Muitos casais inicialmente se unem para partilhar. Dividem o mesmo teto, dividem as contas a pagar, dividem seu tempo, dividem os filhos, os parentes, etc...



As pessoas partilham o mesmo teto, mas não compartilham seus sonhos. Partilham os filhos, mas não compartilham a vida. Partilham as contas a pagar, mas não compartilham as dívidas e lucros. Partilham seu tempo, mas não compartilham suas almas.



Quando falo em compartilhar estou pensando na definição de “ter ou tomar parte em; participar de; compartir, quinhoar: compartilhar as desgraças alheias” (dicionário online de português). Compartilhar implica em fazer parte de algo que não pertence somente a mim. Olhar para o outro e permitir que faça parte de meus sonhos, ansiedades, mas também querer fazer parte da vida do outro.



Deus nos ensina, quando compartilha conosco seu maior tesouro: seu próprio filho. Jesus decide compartilhar conosco quando se torna gente como eu e você. Em Hebreus 4:15, o autor no diz que Ele se fez como nós e por isso se compadece de nós: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”



Compartilhar exige tempo, disposição e ações práticas. Por exemplo, para compartilhar através da intimidade sexual é preciso ter intimidade de alma, intelecto e emoção. Não somente dividir a cama, mas investir no coração do outro, no romantismo, no toque físico durante o dia, no abraço, no beijo na boca.



Participar com outro das alegrias, mas também das tristezas. Na falta do emprego estar junto, animar, dar um ombro amigo. Na promoção, alegrar-se, vibrar, valorizar.



Compartilhar o dinheiro que sobrou através de um presente, de um mimo. Compartilhar a falta do dinheiro através de algo que você saiba fazer, como um bolo, um cartão, etc..



Compartilhar nosso tempo. Desligar a televisão um pouco para conversar com outro. Fazer coisas juntos, assistir um filme, caminhar juntos, jogar um jogo, comer uma pizza, ou mesmo ficar em silêncio fazendo cafuné....



Compartilhar nossos pensamentos e emoções. Dialogar. Falar e ouvir o outro.



“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”. Isso é compartilhar!!!



E você, tem partilhado sua vida ou compartilhado?



Hoje é tempo de compartilhar...